Desde o surgimento dos blogs na década de 80, a construção da narrativa evoluiu de maneiras fascinantes. O que podemos aprender com essa trajetória? Por que o conteúdo gonzo se destaca como uma abordagem crucial?
Nos primórdios dos blogs, o conteúdo era mais pessoal, livre de estruturas rígidas. A fluidez das informações e a captura das singularidades das palavras eram (e ainda são) verdadeiras artes. Mas como podemos desenvolver essa habilidade? Alguns afirmam que basta colocar algumas ideias superficiais em uma Inteligência Artificial e pronto. No entanto, essa abordagem traz duas consequências significativas:
Menor variedade de textos, estilos, assuntos etc.e etc;
Superficialidades e narrativas duvidosas.
O verdadeiro problema das superficialidades e das narrativas questionáveis — muitas vezes geradas por copiar e colar — é a falta de originalidade e profundidade. É aqui que o conteúdo gonzo brilha.
Vivemos um paradoxo: desejamos conexão, mas muitas vezes não conseguimos construí-la. Contudo, essa dificuldade não é exclusiva da modernidade.
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Esses pensadores nos mostram a riqueza da variedade de textos e estilos. No entanto, enfrentamos um desafio contemporâneo: o excesso de informações. Com isso, perdemos 4 aspectos indispensáveis nos conteúdos:
Profundidade
Credibilidade
Complexidade
Interesse
É comum ver pessoas confundindo a simples mistura de informações e artigos com um trabalho de qualidade. Se os filósofos ouvissem esse tipo de argumento, com certeza ririam. Fica claro que o papel do profissional de marketing como curador se tornou obsoleto. Relacionar profundidade e complexidade de forma simples, direta e dinâmica é onde a narrativa se torna essencial.
“Às vezes, a cabeça escreve por si só maravilhosamente. Às vezes, a escuridão do seu crânio se ilumina como na explosão de uma supernova. Ali está toda aquela energia e aquele pó de estrelas girando, dançando e emitindo a música das esferas, o som poderoso da criação do mundo.”, enfatizou Rosa Monteiro, em O perigo de estar lúcida.
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Hunter S. Thompson (1937-2005) foi um jornalista que revolucionou a forma como entendemos a escrita, criando um estilo único conhecido como Jornalismo Gonzo.
Lançado em 1971, seu icônico livro Fear and Loathing in Las Vegas: A Savage Journey to the Heart of the American Dream (conhecido no Brasil como Medo e Delírio em Las Vegas), Thompson, apresenta uma narrativa profundamente subjetiva. Ao utilizar a primeira pessoa, Thompson nos oferece uma visão pessoal e visceral dos eventos, rompendo com a tradição do jornalismo impessoal e objetivo. Essa mudança não é apenas estilística; ela gera uma conexão mais profunda com os leitores, transformando o jornalismo em uma forma de literatura.
A mistura de fato e ficção, uma abordagem que acadêmicos chamam de "hibridismo", é uma das chaves para entender o impacto do jornalismo moderno. No artigo The Concept of Hybridity in Journalism Studies, publicado em 2023, os autores Daniel C. Hallin, Claudia Mellado e Paolo Mancini argumentam que o conceito de hibridismo - logo, conteúdo gonzo - é essencial para compreender as transformações sociais significativas, trazendo uma complexidade que vai além das práticas jornalísticas tradicionais.
Outro grande nome que incorporou elementos do conteúdo gonzo, embora sem o rótulo, foi Truman Capote (1924-1984). Em 1966, com In Cold Blood (A sangue frio), Capote narra a história de dois assassinos, Dick Hickock e Perry Smith, que mataram uma família em 1959. Sua habilidade em entrelaçar narrativa e realidade faz com que o leitor fique totalmente imerso, mesmo sendo uma história sobre crime.
Hoje, somos bombardeados por informações em todos os âmbitos, e o marketing não escapa dessa realidade. Nesse cenário, o conteúdo gonzo se destaca pela sua capacidade de criar conexão. A pergunta que devemos fazer é: o que realmente instiga você, leitor, visitante de um site, usuário de um app? Um texto que atraia sua atenção, mostre conhecimento, experiência e especialidade ou um simples texto previsível?
No meio de materiais supérfluos e diretos, em um mundo dominado pelas redes sociais, há um desejo crescente por identificação e conexão. Buscamos relatos pessoais, histórias que nos toquem, mais do que informações frias e distantes.
Essa mudança representa uma nova era. O conteúdo gonzo está se consolidando como uma tendência, quase filosófica, que reflete nossa essência: a necessidade de compartilhar nossas histórias e conhecer outras histórias.
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Subjetividade;
Autenticidade;
Liberdade criativa;
Qualquer tema;
Interação
Ela se sentia perdida e confusa diante dos problemas de saúde que acometera após sofrer um acidente. Por isso, começou a tomar os medicamentos que acabara de conhecer para atenuar suas mágoas e dores físicas.
Se meu eu do passado, exatamente há um ano, idealizava que este seria um período repleto de novas oportunidades, mal sabia que também carregaria o peso das incertezas: "E se todos os meus planos falharem?" O jogo da vida é cheio de mistérios, e os sentimentos que experimentamos não obedecem às regras do tempo newtoniano. Que tipo de tempo é esse que o universo opera? Provavelmente algo que transcende as dimensões de Einstein. De repente, o que antes parecia normal tornou-se um enigma, e o que eu considerava inexistente agora permeia meu cotidiano. As dores nas articulações, que eu nunca soubera, tornaram-se minhas companheiras constantes. Como poderia me sentir, simultaneamente, jovem e velha? Depois do acidente, não me redescobri, eu me desperdicei. Precisava de um novo horizonte, novo sonho, nova realidade. Foi nesse turbilhão de emoções que me deparei com uma marca de medicamentos que prometia aliviar essa nova realidade.
Sabemos que o conteúdo gonzo vai além dos resultados do marketing. Trata-se, acima de tudo, de criar conexões genuínas. Acreditamos que as relações devem ser tête-à-tête, uma troca autêntica com o cliente.
O conteúdo gonzo nos convida a refletir sobre como contamos e consumimos histórias, oferecendo uma abordagem que é tão envolvente quanto necessária em tempos de excesso de informações.
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